Saída do Vício Digital

Nunca pretendi tornar-me jogadora. Mas anos chasei o brilho dos giros livres e símbolos selvagens — seu ritmo cósmico parecia destino escrito em código. Criada em Islington, minha mãe irlandesa sussurrava silêncio; meu pai indiano ensinou-me a observar o céu. Não tínhamos dinheiro para sorte — tínhamos silêncio. E nesse silêncio, descobri algo mais profundo que vitórias: significado. Os rolos não eram mágicos; os símbolos estelares brilhavam como constelações; cada dispersão era uma respiração — não um prêmio, mas um momento suspenso entre caos e calma. O RTP não era só dados — era um batimento. Joguei jogos de alta volatilidade à noite, enquanto a chuva batia na janela. Ninguém via: como a aleatoriedade da máquina espelhava minha ansiedade. Não tendências. Não padrões. Apenas estrelas — caindo ao acaso.

Então parei de apostar.

Em vez disso, comecei a projetar jogos que não prometem riqueza — mas convidam presença. Giros livres tornaram-se rituais. Jackpots transformaram-se em cerimônias silenciosas sob luz da lua.

Agora, quando abro um app de caça? Não procuro vitórias. Escuto.

A tela desvanece num gradiente roxo — uma luz suave filtrando pela névoa.

Você já sentiu tentação por este mecanismo de recompensa? O que perseguia?